2 Metodologia

2.1 Intro

  • Este método é não-determinístico e imprevisível, mas atraído para alguns lugares.

  • Atitude da abertura de caminhos. Quem abre os caminhos?

  • A Estrada de Feynmann-Malatesta.

  • Postura básica:

    • Da bravata e presepada desta iniciativa: megalomania faustiana.

    • Humildade, erros, feedback.

    • Rigor, vigor e sistemática!

    • Não quero que assumam como verdade o que digo por aqui, encorajando para isso que consultem as referências e tirem suas conclusões.

  • Custo:

    • Este estudo teve um custo significativo para o planeta, em termos de eletricidade gasta e outros recursos como a minha alimentação e foi uma aposta para que esse dispêndio, mesmo que não provoque um retorno direto de boas mudanças, seja um desperdício criativo na linha do que é discutido por Morin (2005)2. Por outro lado eu poderia ter usado o tempo e os recursos de maneiras muito piores!

    • Incorro naquilo que Borges chama de “desvario laborioso e empobrecedor”3:

      Desvarío laborioso y empobrecedor el de componer vastos libros; el de explayar en quinientas páginas una idea, cuya perfecta exposición oral cabe en pocos minutos. Mejor procedimiento es simular que esos libros ya existen y ofrecer un resumen, un comentario.

      Seguindo o próprio método usual de Borges, porém, indagamos que qualquer texto é uma versão resumida de um outro maior, de tal modo que apenas estamos falando do tamanho do labor e do empobrecimento de cada pessoa que assim procede na triste tarefa da escrita.

      Sem esse desvario, apenas teríamos o resumo do resumo do resumo… que se resumiria a quê? A busca do resumo talvez seja um desvario em mesmo grau e volume, já que sua produção envolve um enorme trabalho de síntese.

      Do meu lado, digo que o processo envolveu sim dispêndio de energia, algum empobrecimento e bastante envelhecimento, ao mesmo tempo que fez parte de um processo de re-energização, de tentar envelhecer somente o inevitável, de um processo terapêutico e de busca por algum conhecimento e sabedoria dentro do possível.

2.2 Histórias laterais

  • Método:
  • Labirinto:
    • Se o conhecimento pode ser organizado, a forma mais apropriada seria algo como um labirinto, uma rede ou rizoma:

    • Porphyrian Tree, Labyrinth and Rhizome: Epistemology and Ontology6.

    • Enciclopédia versus Dicionário7.

    • Tipos de labirinto, Eco (1986) Cap. 2 págs. 80-81.

  • Árvore:
    • Árvores de conhecimento, Lima (2014)

    • Alporquia na árvora do parque Manequinho Lopes.

    • “Árvore do Conhecimento”: resumo:

      • Procedimento da divisão.

      • Busca por finitos termos “primitivos” suficientes para explicar todos os outros termos, produzindo um “inventário finito”.

      • “Inventário irrestrito” que entra num “inventário restrito”.

      • Infinitos são trocados por finitos.

      • Espaço é trocado por linha.

      • Ambição faustiana.

    • Exemplos de máquinas de aprendizado, Maciunas (2003).

    • Árvore da Vida.

    • Árvore de Idiomas.

  • Espiral:
    • Uma espiral: bela junção entre a reta a e o círculo, duas entidades mentais cuja relação entre si sempre foi irracional (que trocadilho infame hahaha!).

    • Um redemoinho não seria um tipo curioso de labirinto, onde o desenho geral é determinístico porém seus caminhos são indeterminados, tendendendo para o abismo que está ao centro?

    • Vôo do estorninho: citação de Lautréamont no início do Método II de Morin e também na nota de rodapé 99 da página 369.

2.4 Misc

Seção reservada a itens diversos sobre a metodologia.

Bibliografia

Borges, Jorge Luis. 1997. Ficciones. Alianza Editorial.
Eco, Umberto. 1986. Semiotics and the Philosophy of Language. Reprint. Advances em Semiotics. Indiana University Press.
Lima, Manuel. 2014. Book of Trees - Visualizing Branches of Knowledge. Princeton Architectural Press.
Maciunas, Astrit, George; Schmidt-Burkhardt. 2003. Maciunas’ Learning Machines: from art history to a chronology of Fluxus. Fluxus Collection, Vice Versa, Berlin.
Morin, Edgar. 2005. O Método 1. A natureza da natureza. Editora Sulina.
Morrow, Proclus; Glenn R. 1992. A Commentary on the First Book of Euclid’s Elements. Paperback. Princeton University Press.
Parsons, Allan. 2013. “Porphyrian Tree, Labyrinth and Rhizome: Epistemology and Ontology”. https://sites.google.com/site/praxisandtechne/Home/architecture/knowledge/taxonomy/porphyrian-tree-labyrinth-and-rhizome.

  1. Por exemplo em Morin (2005) pág. 409: “Quantos discursos, palavras, cantos, poemas, fábulas estão assim dispersos nos éteres do Planeta Terra? Certamente […], este sistema de comunicação faz parte da organização social e corresponde a estratégias de disseminação, que, como todas as disseminações, especulam com sorte e comportam um enorme dejeto e dispersão.”↩︎

  2. Borges (1997) - Prólogo.↩︎

  3. Eco (1986) Cap. 2 pág. 46.↩︎

  4. Eco (1986) Cap. 2 pág. 68.↩︎

  5. Parsons (2013).↩︎

  6. Eco (1986).↩︎