7 Ensaio

Estes são textos no formato de ensaio ao invés de oferecer teorias já completas, herméticas e auto-contidas. Um ensaio também é um curso, que tanto é cursado como é um caminho. Ensaio que num certo sentido opera uma “selvageria” ao acomodar um grande corpo teórico numa mesma obra. Sem ter que satisfazer o requisito de fazer tudo se encaixar com completa consistência. Não há a pretensão de substituir um “ensaio” por uma versão posterior, “pra valer”: estes ensaios não são entendidos como uma preparação, mas como um experimento, como num tubo de ensaio, mas cujo laboratório é muito diferente daquele onde ocorre a experimentação com seres viventes.

Aqui, dois objetos antagônicos e necessários para esta obra operam uma espécie de dialética/dialógica:

  1. Estimular o encontro de contradições em diversos pensamentos, inclusive naqueles formulados ao longo deste texto. Os momentos de encontrar limites, contradições e “defeitos” nos pensamentos são de alegria!

  2. Ter consistência entre os pensamentos formulados, o que dá satisfação!

O tamanho, a escala, o escopo e a ambição do projeto dão uma dimensão de um tratado sobre temas que estão no limite do tratável. Que assim seja, então, ensaios-tratados: o jeito que achei pra fazer uma teoria geral bem específica sobre tecnologia, política e filosofia da ciência.

Esta coleção de ensaios é minha primeira aventura literária de grande porte. Pretendi conciliar o tempo de lançar o texto no calor dos acontecimentos com a necessidade de pesquisa paciente e aprofundada, num equilibrio para viabilizar a obra. Edições posteriores podem ser complementadas e revisadas, porém a estrutura geral parece já está bem arvorada e espiralada.

Ensaio é um momento da caminhada quando distintos diferentes se encontram na produção conjunta de um algo a mais…